sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Sem clareza, você não chega lá


Seminário Internacional - Michael Useem 2009

Um bom líder deve saber explicar bem seus objetivos, para que a equipe possa desenvolver a tarefa com precisão.

Na segunda parte de sua palestra, Michael Useem enfocou a necessidade de uma boa comunicação para aqueles que desejam ser líderes e as implicações que a falta dela pode trazer. Segundo ele, o líder que deseja ter a adesão e a colaboração da equipe em seus objetivos, deve mostrar a eles por que escolheu este ou aquele caminho.

O líder deve saber anunciar suas decisões com clareza, para que todos a entendam de maneira uniforme. Useem ainda reforçou: "Tenha a visão do todo". Com isso, é possível definir uma estratégia, comunicar aos seus liderados o porquê da decisão e delegar.

"Sendo um líder, você pode simplesmente exigir que as pessoas façam o que você está mandando. Mas certamente os resultados obtidos não serão ótimos, muitas vezes nem mesmo serão bons". Além disso, quem sabe dizer o que espera de um projeto e conta com uma equipe na qual pode se apoiar, não precisa passar tanto tempo dedicado a este projeto.

Para exemplificar essas idéias, Useem usou o checklist de liderança dos fuzileiros americanos, que elenca quantro pontos essenciais na tomada de decisão:
• Busque o consenso de 70%, não 100%;
• Explique os objetivos ou a tarefa com muita clareza, mas deixe que a equipe desenvolva o trabalho;
• Aprenda a tolerar os erros. Deixe que sua equipe saiba que erros são tolerados, para que não tenha medo de errar, mas explicite que cada erro só pode ser cometido uma vez;
• A indecisão é um defeito fatal – pior do que uma decisão medíocre, porque decisões medíocres, especialmente se forem tomadas e executadas com rapidez, têm pelo menos alguma possibilidade de sucesso.

Planeje o pior, espere o melhor
A cultura da tomada de decisões foi outro ponto bastante explorado por Useem, que mostrou aos participantes como algumas situações podem levar a enganos. Um dos principais erros cometidos pela liderança é o excesso de confiança. "Quando as coisas vão bem, as pessoas tendem a tomar decisões piores. Deixam de ouvir opiniões divergentes, deixam de acreditar nos problemas quando tem muito sucesso", explica.

Para evitar esse tipo de situação, um bom conselho é seguir o exemplo da Toyota, empresa que vai na contra-mão desse tipo de atitude e enfatiza a melhoria contínua. "Lá não existe situação confortável, eles estão sempre de olho nos riscos, nas mudanças do mercado. O ano foi muito bom? Ótimo, mas é preciso concentrar-se nos problemas aí de fora". Buscar o máximo de informações a respeito do assunto e, principalmente, consultar pessoas experientes e de sua confiança são também boas práticas para o processo de melhoria contínua.

Outra recomendação de Useem diz respeito ao planejamento, ponto crucial para uma boa tomada de decisão. Quanto mais estratégicamente o líder souber pensar, quanto mais lados da questão conseguir enxergar e quanto melhor conhecer as pessoas que trabalham com ele, melhores serão seus resultados. Tenha clara a sua missão. “Planeje o pior, espere o melhor”, ensina.


HSM Online
22/10/2009

Fonte: http://br.hsmglobal.com/notas/55131-sem-clareza-você-não-chega-la

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

As cinco considerações essenciais

Fórum Mundial de Negociação 2009 / Daniel Shapiro apresentou uma estrutura que você pode usar de imediato para tornar mais construtivas as emoções numa negociação.

Como usar as emoções para obter valor, estabelecer relacionamentos duráveis e promover ganhos mútuos numa negociação? Shapiro mostra a seguir como dar o tom emocional numa negociação e estimular emoções positivas para que todos saiam ganhando. Para ele, é preciso voltar as atenções para cinco considerações essenciais:

1. Apreço ou reconhecimento – Shapiro afirma que não gostamos de nos sentir pouco apreciados, incompreendidos, desvalorizados ou desconsiderados. Para ele, o apreço tem grande impacto nas emoções. “Compreender o ponto de vista alheio, achar mérito no que os outros pensam, sentem ou fazem, e comunicar o nosso entendimento são três elementos que ajudam a ter apreço por alguém”. Shapiro explicou que quando a valorização é mútua, a cooperação aumenta. “Dentro das organizações, uma das principais razões para fracasso nas negociações, é que as pessoas não se sentem reconhecidas”. Ele acredita que é preciso saber extrair o valor do apreço, e o caminho está em saber escutar a outra parte, perceber a resposta emocional do outro, e passar sua mensagem de modo claro.

2. Autonomia - Shapiro definiu como a liberdade de tomar decisões sem imposição da parte de outros. O professor explicou que quando a sua autonomia é cerceada, você para de ouvir o outro e passa a falar com você mesmo. E isso dificulta o sim do outro lado. Na opinião de Shapiro, este é um ponto muito poderoso e as partes devem estar em pé de igualdade na tomada de decisão. A falta de autonomia é a principal fonte de fortes emoções negativas para muitas pessoas nas empresas. “Sempre respeite e consulte antes de decidir”.

3. Filiação – É conexão emocional estabelecida entre você e o outro. Shapiro afirma que a filiação tem forte impacto nas emoções e explica que quando você sente qualquer tipo de sentimento de exclusão ou rejeição, ativa a mesma região do cérebro que é responsável pela dor. “O impacto é semelhante a um soco no estômago”. E neste momento você fica incapacitado de tomar uma boa decisão . Até que ponto você e o outro lado se sentem incluídos em uma negociação? O conselho do professor é transformar o adversário num colega, estabelecendo conexões estruturais e diminuindo a distância pessoal. “Ao se identificar uma conexão, o outro é humanizado e então você constrói uma ponte”.

4. Status – Qual a sua posição em relação ao outro? Shapiro explicou que esta posição pode ser social ou particular. Ele está conosco o tempo todo, afirmou o professor, e tem muito impacto para se alcançar a cooperação ou os malefícios das emoções negativas. “Se você firmar o seu status sem firmar o status dos outros, você pode perdê-lo de repente”. A recomendação do especialista é reconhecer o status da outra parte antes de falar do seu próprio. “As pessoas querem que seu status seja reconhecido e emoções negativas surgem, se houver competição por status”.

5. Papel – Transforme o seu papel em algo realizador. O professor explicou que o problema é que representamos papéis preestabelecidos. A estratégia, neste caso, é moldar os seus papéis e os de seus oponentes.“Você deve escolher um papel na negociação que preencha suas necessidades e seus padrões de apreciação, afiliação, autonomia e status, isto é, que descreva quem você é”. Shapiro explicou que um papel deve ter um propósito claro que oriente o comportamento, ser pessoalmente significativo e incorporar habilidades, interesses e valores ao desafio de negociar.


HSM Online
30/09/2009