sábado, 27 de novembro de 2010

Quem é esse tal empreendedor? | Blog HSM

Você já reparou que há dez anos ouvia-se falar pouco sobre empreendedorismo? Essa atitude transformadora ganhou força com a estabilização da economia brasileira, é claro, mas não podemos deixar de fora os efeitos da globalização e a revolução tecnológica, com a internet.

O fato é que o desejo empreendedor contaminou o brasileiro. Entre 12 e 13% da população economicamente ativa empreende: algo em torno de 14 milhões de pessoas. Além disso, com mais de 5 milhões de empresas no País, as pequenas e médias compõem 98% da nossa economia. Para confirmar essa natureza empreendedora, pesquisas dão conta de que, em 2015, chegaremos a 9,1 milhões de empresas.

Com toda essa vocação, é importante lembrarmos algumas características fundamentais para desenvolver essa atitude empreendedora: é preciso ser capaz de traçar claramente um objetivo e ter persistência e determinação para ir ao encontro dessas metas estabelecidas. É possível dizer, inclusive, que o empreendedor é um eterno “insatisfeito”. É essa insatisfação, aliada à capacidade de enxergar seus objetivos, que move o ideal do empresário.

Mesmo em algumas empresas que já tenham atingido certo grau de maturidade é importante não deixar essa visão de lado, de um processo constante de especialização e profissionalismo. Organizações nunca são obras prontas e precisam estar em constante expansão. Afinal, diante do quadro de crescimento econômico, estagnação e retrocesso caminham lado a lado.

O que está por trás disso tudo, então? Sonhos! É a capacidade de sonhar que acaba gerando toda essa clareza de pensamento, resiliência e persistência. Tal qual o triângulo do fogo (no qual se uma das partes deixa de existir, o fogo como resultado final deixa de ser possível), esse quadrilátero formado por sonho, resiliência, persistência e foco é o cenário ideal e necessário para o produto empreendedorismo!

Mantenha em mente que cada empreendedor é único em sua trajetória. Não existem fórmulas de sucesso ou manuais com respostas definitivas. Empreender é ter a capacidade de perseguir seus sonhos. Persiga-os!


Quem é esse tal empreendedor? | Blog HSM

sábado, 20 de novembro de 2010

Kotler fala sobre 5 questões fundamentais do Marketing

Redes sociais, sustentabilidade, inovação, clientes e desafios da profissão são os temas

Por Bruno Mello, do Mundo do Marketing | 26/10/2010
bruno@mundodomarketing.com.br

Os consumidores estão comprando mais por menos; As empresas devem inovar, oferecendo garantias aos clientes; A sustentabilidade pode dar lucro para as companhias; Muitas empresas ficarão em apuros nas redes sociais; O concorrente roubará facilmente o seu cliente caso acredite que esteja satisfazendo-o plenamente. Essas são as principais respostas de Philip Kotler para cinco questões fundamentais nos dias de hoje. 


Em sua única entrevista antes de falar sobre o Marketing 3.0 na HSM ExpoManagement 2010, no dia 9 de novembro, em São Paulo, Kotler falou com exclusividade para o Mundo do Marketing sobre como conquistar e manter clientes, inovar, aproveitar a onda das redes sociais, da sustentabilidade e sobre os desafios do profissional de Marketing. O consultor, professor e autor dos livros de Marketing mais vendidos e influentes de todos os tempos, é categórico ao afirmar que as empresas ainda precisam se desenvolver para poder sobreviver neste novo mercado.



Mundo do Marketing: O comportamento do consumidor mudou muito nos últimos anos e mudará ainda mais. Quais tendências indicarão as transformações?
Philip Kotler: A recessão global e a crescente incerteza diminuirão a confiança de todos para gastar. Os consumidores estão adiando suas compras de bens duráveis mais caros como carros, móveis e eletrodomésticos de linha branca. Para as necessidades diárias, as pessoas estão optando por marcas mais baratas e marcas próprias. Se a recessão continuar, os consumidores ficarão acostumados a economizar em vez de gastar. Muitos podem vir a adotar um estilo de vida simples, baseado no “menos é mais” em vez de “mais é melhor”. 



Por outro lado, se a recessão terminar logo, as pessoas provavelmente voltarão aos seus hábitos antigos de comprar e gastar. Muito disso depende da criação de empregos. Se houver emprego suficiente, as pessoas vão ganhar dinheiro e gastar. Se os empregos estiverem escassos, elas terão menos para gastar e gastarão menos. A questão é se as empresas serão arrojadas ou gananciosas. Se elas forem arrojadas devem deixar o poder de compra na mão dos consumidores para sustentar o crescimento econômico. Caso as empresas sejam gananciosas, elas ganharão no curto prazo, mas passarão por um longo período de dificuldade em seguida.



Mundo do Marketing: Os profissionais de Marketing estão prontos para estas mudanças? Como eles devem reagir?
Philip Kotler: Os profissionais de Marketing podem dar alguns passos para estimular o aumento do consumo junto aos consumidores sem confiança. Um deles seria criar produtos de custo mais baixo que ofereça benefícios similares às versões mais caras. A indústria pode lançar embalagens menores de seus produtos, que sejam mais acessíveis, e as empresas podem criar alternativas inovadoras. A Índia, por exemplo, produz um computador de 100 dólares e oferece cirurgias de catarata muito baratas.



Outra alternativa é oferecer garantias de retorno da compra de um produto muito caro. A Saturn, uma montadora americana, aceitava o carro de volta no prazo de 30 dias caso o consumidor não estivesse satisfeito com o produto. A Hyundai também prometeu a devolução do carro caso o cliente perdesse o emprego. Mesmo o segmento que queira ser líder com uma linha de produtos mais simples, precisará da ajuda do profissional de Marketing para criar casas, eletrodomésticos e móveis mais simples.



Mundo do Marketing: De que forma as redes sociais mudaram o Marketing e o que as empresas podem desenvolver para se aproximar do consumidor neste ambiente?
Philip Kotler: Um número crescente de consumidores de todas as idades está entrando no Facebook, no Twitter e no Linkedin criando grandes redes sociais. As pessoas estão procurando informações sobre experiências de produtos e serviços de outros consumidores. Um brasileiro que esteja pensando em comprar um carro recém-lançado provavelmente dará mais valor à opinião de seus amigos do que aos anúncios.

Muitas conversas nas redes sociais incluem opiniões favoráveis e desfavoráveis a respeito das marcas. Toda companhia agora está em um aquário com muitas pessoas discutindo os méritos de seus produtos e de suas marcas. Com isso, as empresas que não têm qualidade não sobreviverão. Já as fortes ficarão ainda melhores e as fracas se afogarão num mar de discussões negativas.


Mundo do Marketing: As empresas brasileiras começaram a se preocupar mais com a questão da sustentabilidade nos últimos anos. A sustentabilidade será realmente um diferencial num futuro próximo?
Philip Kotler: Muitas empresas acreditam que a sustentabilidade é um custo imposto que irá prejudicar seus lucros. Parece ser o caso quando a companhia deve pagar por um sistema que reduz a poluição do ar que a sua fábrica produz. Mas existem muitos outros esforços a favor da sustentabilidade que na verdade podem melhorar a lucratividade.

Considere um hotel que tenha uma conta de água cara porque os hóspedes tomam banho sem limites e eles querem que os lençóis das camas sejam trocados diariamente. Esse hotel pode trocar o chuveiro e perguntar aos clientes se eles se importariam se os lençóis não fossem trocados diariamente, o que no total reduziria a conta de água. O fato é que precisamos distinguir entre ações de sustentabilidade que representam economia de dinheiro e aquelas que demandam gastos. Adicione a isso a boa opinião do cliente em relação às companhias que estão se tornando ecologicamente corretas e teremos uma equação de valor para as empresas.


Mundo do Marketing: As empresas estão sempre olhando para o futuro e desenvolvendo novas plataformas de Marketing para conquistar novos clientes, mas o que elas deveriam fazer que é primordial e não fazem, chegando a perder clientes por isso?
Philip Kotler: As empresas são surpreendidas quando elas perdem os clientes que disseram que estavam satisfeitos. Por que isso acontece? Obviamente algum concorrente está satisfazendo-o mais, seja pela venda a um preço inferior, ou oferecendo serviços ou recursos de qualidade superior. Nunca tenha seus clientes como certos. Os concorrentes são como abelhas zumbindo em torno de uma empresa à procura de onde morder. Descubra os seus pontos fracos e como está desapontando seus clientes antes que seus concorrentes façam isso.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Consumidor Y: quem é, quanto gasta e o que pensa

A Geração Y deu origem a um novo perfil de consumidor. Durante o HSM Management, em São Paulo, Jorge Kodja, Diretor da TNS Research International, apresentou o resultado da pesquisa TRU Study, feita com 1.500 jovens nascidos entre 1980 e 1990. No Brasil, esse grupo representa 14% da população, com 32 milhões de pessoas.
Apesar da forte presença das tecnologias na vida dos consumidores Y, 43% deles pertencem à classe C. Ainda assim, os gastos anuais dos jovens aficionados por TV e internet atingem a marca de R$ 32 bilhões. O perfil deles pode ser baseado em comportamento, mas poucas companhias conseguem desenvolver uma estratégia efetivamente voltada somente para este grupo.
Em média, os consumidores Y gastam até R$ 49,00 por semana. Se olharmos para o sudeste, veremos a região com o maior ticket médio do país com relação aos valores semanais de consumo, com R$ 54,00. No nordeste o número chega a R$ 31,00. Apesar disso, o dinheiro provém dos pais em 76% dos casos, contra 16% dos que trabalham nesta idade.
Conflito de gerações
Não importa de onde vem o dinheiro. A pesquisa aponta que os principais gastos destes consumidores são roupas e acessórios, higiene e beleza, e só depois a diversão. O sinal de novos tempos surge quando a Geração Z, os filhos dos consumidores Y, que preferem sair com seus pais ou fazer atividades em família do que estar entre amigos. “Oitenta e quatro por cento dos pesquisados preferem estar com seus familiares na hora do lazer”, afirma Jorge Kodja, Diretor da TNS Research International.

Essa geração nasceu entre os anos 1990 e 2000 e o Z é principalmente por conta do “zapear”. Ou seja, varia de perfil de consumo com facilidade. Outro forte elemento presente no dia a dia dessa geração são as redes sociais. Se por um lado é preciso que os pais se preocupem com os crimes na web, por outro, o alívio é grande ao saber que a pesquisa aponta os jovens de hoje como menos transgressores.
Além disso, os jovens de hoje estão mais tolerantes e menos preconceituosos. Prova disso é que para 95% dos que responderam ao estudo da TNS, os idosos merecem respeito. Do total, 80% têm amigos de outras raças e 40% mantém amizade com pessoas com outra orientação sexual. Por outro lado, não há novidades sobre o canal que eles preferem usar para obter informações. A TV ainda é o principal já que 84% deles citaram o aparelho, contra 43% que preferem a internet”.
Hábitos de consumo e comportamento
Para as empresas que atuam em um mercado de produtos voltados para estes jovens, a boa notícia é para o setor de telefonia. Perguntados sobre o objeto que possuem em casa, 81% citaram o aparelho celular e 43% o computador. Entre os sites, o Orkut é acessado por 72% dos que participaram da pesquisa, apesar do forte crescimento do Facebook.

Definir o consumidor Y é difícil porque as variações podem ocorrer a qualquer momento, com apenas um clique no mouse. Mas, para atingi-los, é preciso jogo de cintura e habilidade para saber onde e como encontrá-los. “Eles são um alvo móvel”, define Kodja.
De acordo com o Diretor da TNS, é possível que estejamos vivendo um conflito de gerações, já que os mais velhos de hoje invejam as facilidades e a liberdade dada aos teens. A quantidade de informações que a geração Z recebe diariamente é muito grande, porém, com pouco conteúdo, o que pode ser a vantagem dos Y. “Eles obtém informações em cápsulas. Cada vez mais informação com cada vez menos analise”, completa.
Acompanhe a transmissão ao vivo do núcleo Geração Y no link: www.hsm.com.br/geracaoy